No dia 12 de julho de 2024, integrantes do OOBr publicam o artigo “Impact of Gamma COVID-19 variant on the prognosis of hospitalized pregnant and postpartum women with cardiovascular disease” no periódico científico Clinics.

Esse artigo estuda o impacto da variante gama da COVID-19 em puérperas e gestantes cardiopatas hospitalizadas. A base de dados SIVEP-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe), disponibilizada pelo DATASUS,  foi utilizada no estudo, onde foram separados casos de grávidas e puérperas, ambas cardiopatas e diagnosticas com SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) devido à COVID-19, entre 16 de fevereiro de 2020 e 1º de maio de 2021 (quando a vacinação no Brasil começou).  A base de dados é formada por 703 pacientes. As pacientes hospitalizadas antes de 2021 (406 pacientes) foram consideradas como infectadas pela  variante original do vírus, e as pacientes hospitalizadas em 2021 (297 pacientes) foram consideradas como infectadas pela variante gama.

Dos 703 casos de COVID-19 analisados, as pacientes infectadas pela variante gama apresentaram resultados significativamente piores em relação às pacientes infectadas pela variante original, se destacando:

1. mais sintomas respiratórios (90,6% vs 80,1%, p < 0,001);
2. maior necessidade de suporte ventilatório (75,3% vs 53,9%, p < 0,001);
3. mais admissões em UTI (46,6% vs 34,3%, p = 0,002);
4. maior tempo internado (20,59 ± 14,47 dias vs 16,52 ± 12,98 dias, p < 0,001);
5. maior mortalidade (25,6% vs 15,5%, p < 0,001).

Como conclusão do artigo, foi constatado que, no Brasil, mulheres grávidas e puérperas cardiopatas infectadas pela variante gama têm maior morbidade e mortalidade do que aquelas infectadas pela variante original da COVID-19.