A vacina contra a Influenza pode proteger mulheres grávidas e puérperas contra COVID-19 grave

28/01/2022

Artigo Científico

Resumo

A pandemia de SARS-CoV-2 impôs um enorme desafio aos cuidados pré-natais das mulheres grávidas em todo o mundo, com a taxa de mortalidade materna a atingir níveis alarmantes. Enquanto as vacinas COVID-19 estavam sendo desenvolvidas, alguns estudos destacaram uma possível relação entre a vacinação contra a influenza e menores chances de infecção por COVID-19. Como as pacientes obstétricas pertencem a um grupo de alto risco para doenças respiratórias, este estudo avaliou se a vacinação contra influenza reduz a gravidade da infecção por COVID-19 e a mortalidade entre gestantes e puérperas. Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com 3.370 gestantes e puérperas do banco de dados nacional brasileiro, onde foram agrupadas de acordo com o estado vacinal contra influenza antes do início dos sintomas de COVID-19. As taxas de admissão na unidade de terapia intensiva e intubação foram significativamente maiores entre os indivíduos do grupo não vacinado. A chance de óbito entre aqueles que receberam a vacina foi de 0,33, com intervalo de confiança de 95% de 0,23-0,47. O número de pacientes que precisavam ser vacinados para evitar um caso de internação em unidade de terapia intensiva, intubação ou morte por COVID-19 foi de 11, 15 e 11, respectivamente. As vacinas contra a gripe podem conferir proteção contra a infecção grave por COVID-19 em mulheres grávidas e puérperas.

 

Cristiane Paganoti apresentou esse artigo para pesquisadores do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC/FM-USP) e integrantes do Observatório Obstétrico Brasileiro, encontro realizado em 25 de maio no auditório do hospital. O artigo científico, publicado na revista científica Vaccines, pode ser acessado no link abaixo e sua apresentação, feita pela Cristiane, pode ser vista no vídeo em seguida.

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