
Notícia
15/12/2021
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No dia 15/12/2021, a coordenadora do OOBr Agatha Rodrigues entrevistou, em live no Instagram, Melania Amorim, Professora Associada de Ginecologia e Obstetrícia da UFCG. Nessa conversa sobre os desafios do Brasil no enfrentamento de mortes maternas por COVID-19 e outras causas, dentre outros assuntos, foi abordado como está sendo a relação da ciência de dados com a saúde de gestantes e puérperas durante a pandemia e como foi a experiência da Melania na pesquisa e no atendimento a gestantes e puérperas durante esse período pandêmico do novo coronavírus. Assista à live no link que está ao final deste post.
“A vacinação é uma luz no fim do túnel dessa tragédia que estamos vivendo”.
– Melania Amorim
Um indicador para avaliar a qualidade da assistência às mulheres durante o parto, nascimento e puerpério é a taxa de mortalidade materna por 100.000 mil. A taxa de mortalidade materna em determinado ano e espaço geográfico é calculada da seguinte maneira:
Na Tabela 1 está a taxa de mortalidade materna do Brasil nos anos de 2016 até 2021. As taxas de 2020 e de 2021 são projeções por ainda não ter dados consolidados de mortalidade materna e de nascidos vivos. Por isso, projetamos o número como segue:
Para 2020: 1576 (morte materna em 2019 – último ano fechado) + 460 (número de mortes maternas por COVID-19 – dados OOBr) = 2036
Para 2021: 1576 (morte materna em 2019 – último ano fechado) + 1488 (número de mortes maternas por COVID-19 – dados OOBr) = 3064
Usamos o número de nascidos vivos de 2019 (último ano fechado) para estimar o número de nascidos vivos de 2020 e 2021.
Tabela 1: Taxa de mortalidade materna brasileira de 2016 até 2021.
Ano | Nº de mortes maternas declaradas | Nº nascidos vivos | Taxa de morte materna por 100 mil |
2016 | 1670 | 2857800 | 58.44 |
2017 | 1718 | 2923535 | 58.76 |
2018 | 1658 | 2944932 | 56.30 |
2019 | 1576 | 2849146 | 55.31 |
2020 | 2036* | 2849146*** | 71.46 |
2021 | 3064** | 2849146*** | 107.54 |
Fonte: SIM e OOBr COVID-19 (dados SIVEP-Gripe).
Em 2015, foi proposta pela ONU uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, a Agenda 2030, formada por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em particular, o cumprimento da meta 3.1, componente do Objetivo 3: Saúde e Bem-estar, consiste em reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos a partir de ações para melhoria da saúde das mulheres, incluindo a melhoria da atenção à saúde das gestantes. No contexto dos ODS, o Brasil definiu como meta nacional para a razão de mortalidade materna (RMM) a redução para, no máximo, 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até o ano de 2030.
Ao considerar as projeções citadas anteriormente, podemos observar que passamos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2020.
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