Os efeitos de estar grávida durante pandemias respiratórias: uma comparação entre a gripe 2009/10 e a pandemia de COVID-19 2020/21 no Brasil

28/07/2022

Artigo Científico

Resumo

As gestantes passam por mudanças fisiológicas que as tornam um grupo desafiador de pacientes durante doenças respiratórias pandêmicas, como encontrado anteriormente durante a pandemia de H1N1, em 2009, e recentemente ratificado na pandemia de COVID-19. Realizamos uma análise retrospectiva de coorte em 5.888 mulheres hospitalizadas pela pandemia da gripe H1N1 (2.190 grávidas e 3.698 não grávidas) e 64.515 mulheres hospitalizadas pela pandemia de COVID-19 (5.151 grávidas e 59.364 não grávidas), da base de dados nacional brasileira, para comparar perfil demográfico, aspectos clínicos e mortalidade em mulheres em idade fértil durante as pandemias.  Além disso, o efeito de estar grávida foi comparado entre as duas pandemias. Em ambas as pandemias, as mulheres grávidas eram mais jovens do que mulheres não grávidas. No geral, as gestantes apresentaram menores frequências de comorbidades e foram menos sintomática. Entre as mulheres hospitalizadas, as gestantes apresentaram menores taxas de mortalidade do que mulheres não grávidas (9,7% vs. 12,6%, p = 0,002 na pandemia de H1N1 e 9,7% vs. 17,4%, p < 0,001 na pandemia de COVID-19) e essa diferença foi estatisticamente mais evidente na pandemia de COVID-19, mesmo depois de equilibrar os grupos de grávidas e não grávidas em relação à idade e doenças crônicas.

 

Ana Beatrice Zanon apresentou esse artigo para pesquisadores do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC/FM-USP) e integrantes do Observatório Obstétrico Brasileiro, encontro realizado em 25 de maio no auditório do hospitalO artigo científico, publicado na revista científica Vaccines, pode ser acessado no link abaixo e a apresentação da Ana Beatrice, no vídeo adiante.

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